quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Marina Lima revela seu romance com Gal Costa, quando tinha 17 anos

Rio - Marina Lima resolveu botar a boca no mundo, em entrevista à revista ‘Joyce Pascowitch’ deste mês. Depois de mais de 30 anos, ela revela que sua primeira relação sexual com uma mulher foi com a cantora Gal Costa, quando ainda era menor de idade, no início dos anos 70.
Na revista, ela ataca ainda o conservadorismo das famílias paulistanas que impedem suas filhas de experimentar sexo com outras mulheres — consta que a cantora, de 53 anos, viu seu namoro com uma jovem daquela cidade ser impedido pelos pais — e da vontade de encontrar um(a) companheiro(a).
“Tinha 16, 17 anos, e ela começou a brincar de sedução comigo. Fiquei em pânico e voltei para os Estados Unidos. Aí, lá fora, vi que queria experimentar, e que a pessoa que eu queria era ela. Voltei para o Brasil... Me aproximei da Gal e acabei transando com ela. Foi muito importante para mim”, conta.
A paixão pela musa tropicalista, 10 anos mais velha, aflorou antes, quando Marina, recém-chegada dos EUA, a viu cantar no programa do Chacrinha. “Fiquei louca pela Gal. Um tio meu da Bahia me levou a um show dela e eu fiquei muito fã. Passaram alguns anos e ouvi falar que Gal era gay.
Foi um choque para mim. Um choque! Eu namorava o Ewaldo (primo de Marina), não estava nem imaginando isso. Aí soube que essa mulher, que era meu grande ídolo, transava com mulher”, lembra na entrevista. Gal foi a primeira cantora a gravar uma música de Marina, ‘Meu Doce Amor’, no LP ‘Caras e Bocas’, de 1977.
Bissexual assumida (“quando procuro um homem é porque quero ser a mulher dele. E eles imaginam que eu vá comê-los”, diz), a autora de ‘Fullgás’ revela que ‘saiu’ com outras colegas de profissão. “Transei com algumas cantoras, mas sem dúvida a Gal foi a mais importante. É a que vale a pena falar. Foi a primeira, né?”
Marina nunca escondeu sua admiração. Em 1996, quando divulgava o disco ‘Registros à Meia-Voz”, afirmou: “Minha maior paixão musical foi Gal Costa. Via os shows da Gal mais de 15, 20 vezes. O show ‘Índia’ (de 1972) eu vi inúmeras vezes, sei o show de trás pra frente”.
Desta vez, a cantora foi além, o que causou discussão entre os fãs sobre a necessidade de trazer à tona o passado. A própria Gal preferiu não se pronunciar: ontem, procurada através de sua empresária, Wilma Petrillo, não retornou as ligações.“Gal sempre tentou preservar sua vida pessoal. Marina se excedeu, foi muito feio o que ela fez”, critica Tony Siuves, dono de uma comunidade dedicada à baiana, no Orkut.
“Legal a entrevista, sincera, corajosa, se expondo mesmo... Mas citar nomes, falar da Gal, depois de tanto tempo, será que ela gostou de ver sua intimidade revelada?, questiona uma das participantes da comunidade ‘Marina Lima. “Cada um tem sua época de abrir a boca e sair falando. Hoje tento me preservar”, diz Angela Rô Rô, que nos anos 80 freqüentava as páginas policiais, por causa das célebres brigas com a então namorada, Zizi Possi “Sempre brinquei em meus shows, mas inventava quase tudo”, despista. Rô Rô diz que Marina namorou outra cantora “fantástica”. “Por que será que ela não falou seu nome? Terá medo de macumba”, ri.
Musa da comunidade GLS paulista, a cantora Laura Finocchiaro é mais irônica. “Marina sempre teve postura de simpatizante, agora resolveu sair do armário com tudo. Vai abalar a música brasileira”, debocha, antes de falar sério: “Acho importante as pessoas assumirem o que são, mas quando envolve o nome de outra pessoa, ela deve ser consultada”.